

Fortunato
Conhecido como o banco da comunidade

Da esquerda para a direita: Hercelino, Laudelino, Dorvalina, Ascendino, Vilmaria, Sylvio, Ermelinda e Alzira
Como os pais imigrantes, Fortunato costumava falar em Italiano. Aos 18 anos ficou surdo e casou-se aos 30 anos de idade com Maria Itália Dal Pont Fontana, no dia 7 de maio de 1927 em Cocal do Sul. Em 1930 estabeleceu-se na localidade de Volta Grande que depois de tornar-se município recebeu o nome de Jacinto Machado.
O casal teve 10 filhos e uma das características do chefe de família era a sua rigidez com os filhos pois queria que fossem bons trabalhadores. Costumava usar chapéu e fumava cigarro de palha. Era vaidoso e gostava das roupas sempre limpas, o que a mulher Maria Itália preparava com muito cuidado.
Muito trabalhador, administrava o dinheiro com extrema responsabilidade, acordando sempre às 3 horas da manhã para trabalhar e retornando para casa somente ao anoitecer. Era um agricultor que plantava milho, feijão, batata; bem como criava suínos e gado. Mas seu rigor não parava por aí...Era também carpinteiro e marceneiro, sendo que nos dias de chuva, ou quando não havia muito trabalho, buscava no mato as madeiras de lei que o vento derrubava, farquejando-as para fazer tábuas e rodas de madeira para carros de boi. Fortunato fazia os solados de tamancos (calçados) para o uso da família. Quando chegou em idade mais avançada passou a fazer vassouras de palha.
Na comunidade ele era bem visto, muitos o consideravam como um "Banco", porque constantemente emprestava dinheiro a juro às pessoas, já que naquela época não existiam agencias bancárias como hoje.
Embora emprestasse o dinheiro, costuma falar em italiano um ditado popular: "Prima si paga ciò che è dovuto, e poi spendere i restanti" (Primeiro se paga o que se deve, para depois gastar o que sobrar).
Já sua esposa, Maria Itália, gostava de ajudar as outras pessoas. No trabalho costurava e cozinhava para toda a família. Ela também criava gansos e ovelhas para retirar as penas e lã para confecção de travesseiros e acolchoados para vender e fazer o enxoval de suas filhas.
Quando o filho mais novo Sylvio foi estudar em Porto Alegre, a mãe mandava cartas com dinheiro dentro, porém escondidas de Fortunato, pois ele acreditava que se enviasse dinheiro ao filho, talvez não desse valor e se transformasse em um "vadio".
Entre os fatos que marcaram a família pode se destacar a perda de dois familiares: primeiro um dos filhos
José Fontana conhecido como "Bepe", que era surdo-mudo e morreu afogado no rio e, após este acontecimento, a morte de Maria Itália Dal Pont Fontana.

Fortunato e sua esposa Maria